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R8 Spyder transita entre a agressividade e a delicadeza










Quem já teve a oportunidade de presenciar a reação de uma criança ao ganhar um carrinho novo, não vai estranhar a feição de quem se deparar com o R8 Spyder no estande da Audi no Salão do Automóvel. A manifestação é muito semelhante, com a constatação de que só os brinquedos - neste caso uma máquina com motor V10 - mudam.

O esportivo de R$ 785 mil é um dos lançamentos do salão que a montadora alemã passará a importar ao Brasil (o primeiro deles já foi comprado pelo cantor Roberto Carlos). O que muda em relação à carroceria tradicional é o teto de lona, fazendo que a diferença entre o cupê e o conversível seja de 19 segundos, tempo que o acionamento, feito por um botão com o carro em uma velocidade de até 50 km/h, leva.

Ao volante, após dar a partida, a primeira bufada que sai dos dois escapamentos cromados intimida, mas na condução, o R8 se mostra mais confortável e domável que aparenta. Com exceção do desempenho, a impressão que se tem é a de estar acomodado em um carro de passeio tradicional. Para se ter uma ideia, o couro que reveste os bancos em formato de concha possui pigmentos que refletem raios infravermelhos, que mantêm a temperatura mais fria em até 20°C; se o vento estiver muito forte, há um defletor que sobe atrás dos assentos.

Perfumaria à parte, o que interessa está embaixo do capô. O bloco de 5,2 litros de 525 cv de potência e 54 mkgf está associado a um câmbio R-tronic de seis velocidades, que funciona automaticamente ou por meio dos comandos do motorista. As trocas, no modo automático são feitas perto dos 5.000 giros, e sentidas com um belo tranco pelos passageiros. Neste caso, o S-tronic, de dupla embreagem, compartilhado pelo A3 e pelo TT, ofereceria um comportamento mais suave. No modo manual, o embalo varia conforme o desejo do condutor.

O R8 Spyder chega à velocidade máxima de 313 km/h. Apesar de a aceleração de 0 a 100 km/h ser feita em 4,1 segundos, conforme divulgado pela Audi, assim que o motorista olha para o velocímetro, os 100 km/h já passaram faz tempo. A aceleração ganha força na mesma proporção em que aumenta o ronco do motor e, por isso, para poupar a embreagem, quando o carro fica parado durante um certo tempo, a marcha é desengatada automaticamente, permanecendo na posição neutra.

A grande diferença entre o R8 e os outros esportivos está no peso. A composição dos materiais priorizou a leveza da carroceria, por isso, painéis laterais e a tampa sobre o compartimento da capota foram feitos de fibra de carbono. O peso total de 1.720 quilos é pouco sentido na condução e no conjunto da suspensão.

Se mesmo depois de conhecer um pouco sobre o conversível, você não se sentiu à vontade para brincar com a máquina, esqueça ir como carona. A diversão está garantida somente para duas pessoas, com apenas 100 litros de bagagem no compartimento frontal do esportivo.

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